Projetos alteram Lei de Execução Penal para solucionar problemas dos presídios
Fonte: Agência Senado / portal@d24am.comPrincipal proposta de revisão e atualização da Lei de Execução Penal em trâmite no Congresso Nacional apresenta uma série de medidas com o objetivo de enfrentar os problemas
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| Foto:Ebc.com.br |
A chacina que resultou na morte de 56 detentos em um presídio de
Manaus, capital do Amazonas, trouxe mais uma vez à tona os problemas do
sistema prisional brasileiro como superlotação, violência, falta de
infraestrutura e higiene e a atuação do crime organizado. Principal
proposta de revisão e atualização da Lei de Execução Penal em trâmite no
Congresso Nacional, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 513/2013 apresenta
uma série de medidas com o objetivo de enfrentar os problemas que
assolam os presídios.
O PLS 513/2013 resultou de um anteprojeto
elaborado por uma comissão especial de juristas e, como medida principal
veda a acomodação de presos em número superior à capacidade do
estabelecimento penal.
De acordo com a proposta, toda vez que o
estabelecimento penal atingir a capacidade, deve ser instaurado mutirão
para verificar a situação dos presos ali recolhidos. Se, ainda assim, a
lotação não for normalizada, aquele que está mais próximo de cumprir a
pena tem a liberdade antecipada.
O projeto, que propõe 200
alterações à Lei de Execução Penal (Lei 7.210), de 1984, institui também
a progressão automática de regime para presos com bom comportamento que
tiverem cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior.
O
projeto também proíbe a permanência dos presos provisórios (não
condenados) em penitenciárias e fixa o prazo de quatro anos para a
extinção das carceragens em delegacias de polícia.
Entre outros
pontos, o projeto prevê incentivos fiscais a empresas que contratem
determinado percentual de egressos do sistema prisional, e amplia as
hipóteses de remição de pena, que passam a incluir o artesanato e a
leitura, além do trabalho e do estudo.
A proposta faz parte da
Agenda Brasil — pauta apresentada pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros, com o objetivo de incentivar a retomada do crescimento
econômico do País— e aguarda votação na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ), onde é relatada pelo senador Eunício Oliveira
(PMDB-CE).
Soluções
Outros projetos em
tramitação no Senado apontam possíveis soluções para os problemas do
sistema carcerário. Entre eles está o PLS 700/2015, do senador Roberto
Rocha (PSB-MA). A proposta determina que todas as novas unidades
prisionais deverão obedecer aos requisitos mínimos estabelecidos pelo
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
O conselho
tem hoje uma série de projetos para estabelecimentos penais e unidades
de atendimento educativo, que atendem critérios como divisão por nível
de segurança, separando condenados por crimes considerados menos graves
daqueles que cumprem pena por crimes mais graves, e garantindo condições
de salubridade como espaço mínimo para celas, ventilação e iluminação,
entre outros aspectos.
Hoje, apenas a construção de penitenciárias
com recursos do Fundo Penitenciário Nacional tem que obedecer a esse
padrão. O projeto amplia essa obrigatoriedade para todas as novas obras.
Uma
proposta (PLS 513/2011) regulamenta as parcerias público-privadas na
construção e administração de presídios e proíbe que as atividades
essenciais sejam terceirizadas. Assim, segurança, custódia, escoltas,
vigilância, recaptura de presos, controle de rebeliões e assistência
social e jurídica aos presos serão funções exclusivas de servidores
públicos de carreira. O projeto, de autoria do senador Vicentinho Alves
(PR-TO), recebeu substitutivo do relator, senador Paulo Paim (PT-RS).
Já
o senador José Agripino (DEM-RN) apresentou projeto (PLS 309/2016
–Complementar) estabelecendo que os recursos do Fundo Penitenciário
Nacional (Funpen) sejam diretamente transferidos para Estados e
municípios em caso de calamidade pública. Hoje, o governo federal tem
autonomia para contingenciar esse recursos.
Está ainda em
tramitação proposta (PLS 239/2015) que incentiva a criação de polos
industriais nas proximidades dos complexos penitenciários. A ideia do
senador Acir Gurgacz (PDT-RO), autor do projeto, é de que esses espaços
sejam compostos por empresas que contribuam para a formação profissional
e o exercício de atividade laboral pelo condenado.
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